sábado, 24 de abril de 2010

Robô


como uma ilusão de ótica,
você se mexia e desaparecia lentamente,até que
eu não conseguisse te ver mais.
e então movia meus olhos e lá estava você,
como se nunca tivesse partido;
talvez fosse só seu melhor jeito de escapar,
ninguém iria notar sua ausência até que eu a
notasse,
e mesmo demonstrando não querer ser o centro das
atenções,acabava sendo,porque eu alarmava todo
mundo e fazia você aparecer denovo,cedo ou tarde.
e foi naquela manhã vazia,que o vi pela primeira
vez...
estava sentado no ponto de ônibus,de cabeça baixa,
com seu fone de ouvido;e qual foi a minha primeira
impressão?
nenhuma.
eu não o achava feio,não o achava bonito,nem
simpático,nem com cara de bandido,eu simplismente
não tinha uma opinião sobre.
e conforme eu fui tomando conhecimento desse ser,
percebi que não havia notado nada nele,porque ele
era totalmente vazio,só existia por existir.
e eu o usei todo esse tempo por ele ser uma peça
fácil de achar e ajustavel a todo tipo de situação;
mas mesmo assim foi difícil larga-lo,porque de
algum modo precisava dele em minha vida,senti pena,
e até me senti culpada por isso,e mesmo depois
de tudo ,ele continuava ali,sem expressão,como se
nada tivesse acontecido,ele era um robô de
aço,aguentava de tudo,e sim,ele foi feito para ser
comandado...comandado por mim.

Pobres e Ricos


Amor sufocante,alma enlouquecida.
Tristezas emolduradas em um quadro de imagens contorcidas.
Vilões virando heróis,
Inocentes na poça de sua própria desgraça.
Oh perigosa verdade!
Deixe-me viajar por mais um tempo em minhas falsas alegrias,
Deixe-me respirar o ar que eu acredito ainda ser respirável,
Deixe-me ser livre!
Corpos apodrecendo,
Sangue jorrando da boca dos doentes,
Ricos rindo,
Pobres chorando,
E mesmo os ricos sendo ricos,são miseráveis, pobres e podres por dentro,
Corações gélidos batendo apenas por dinheiro,
Enquanto os corações quentes batem pelo principal motivo,
Viver.
Então viva,
Seja quente,
Seja forte,
Seja realmente vivo...